sábado, 29 de maio de 2010

Nem todas as frutas silvestres são próprias para consumo. Algumas espécies são venenosas. Antes de apanhá-las, aprenda a identificar as que podem ser consumidas.

Nem tudo é diversão!

  Apanhar frutas silvestres pode ser muito agradável e gratificante. Mas nem sempre é fácil. Pasi e Tuire, um casal da Lapônia, apanham frutas silvestres tanto para seu próprio consumo como para vender. Eles dizem que às vezes ficam cercados por um enxame de insetos inconvenientes, como mosquitos e moscões. “É muito irritante. Eles entram até na boca e nos olhos”, diz Tuire, arrepiando-se. Felizmente, porém, é possível se proteger até certo ponto usando roupas apropriadas e repelentes de insetos.

  Caminhar na floresta também pode ser difícil, especialmente em regiões pantanosas. O que parece ser solo firme talvez seja um buraco de lama. Além disso, de acordo com Pasi e Tuire, apanhar as frutas em si pode ser uma tarefa árdua. Curvar o corpo e agachar por muitas horas pode prejudicar a coluna e as pernas.

  Nem sempre é fácil encontrar essas frutas. “É preciso muita persistência para encontrar um lugar cheio delas”, diz Pasi. “Às vezes cansa mais procurar as frutas do que apanhá-las”, acrescenta Tuire. Limpar as frutas depois de pegá-las também dá trabalho.

  Por causa desses desafios, alguns preferem deixar as frutas silvestres para os habitantes peludos da floresta. Ainda assim, pessoas apaixonadas por apanhar frutas, como Pasi e Tuire, continuam a fazer sua jornada anual pelas florestas e pelos pântanos. Para eles, a alegria que sentem de apanhar frutas silvestres supera em muito as dificuldades.

AMORA ALPINA (Vaccinium vitis-idaea)

  Essa fruta, da mesma família do cranberry, é muito popular na Finlândia e na Suécia. O purê ou a geléia de amora alpina é um bom acompanhamento para o jantar. Essa fruta vermelho-brilhante também é usada para fazer molhos, pudins, sucos e doces. A amora alpina dura bastante tempo porque contém ácidos naturais que agem como conservantes. Pode levar um tempo para se acostumar ao sabor forte produzido pela alta acidez.

AMORA-BRANCA-SILVESTRE (Rubus chamaemorus)

  São encontradas em lugares remotos, como pântanos. Na Finlândia são mais comuns no norte. As amoras-brancas-silvestres, cheias de vitaminas A e C, são suculentas e nutritivas. Têm três ou quatro vezes mais vitamina C que a laranja. Elas são muito apreciadas e às vezes são chamadas de ouro dos pântanos. Essas frutas doces dão um leve sabor a várias sobremesas e produzem um excelente licor.

MIRTILO (Vaccinium myrtillus)

  Essa fruta doce e popular também é chamada de mirtilo europeu. Os mirtilos são freqüentemente usados para preparar molhos, pudins, geléias ou sucos. Também servem para fazer tortas, como a torta de mirtilo. Mirtilos frescos ficam deliciosos em especial com leite. Mas não tente comer escondido as delícias feitas de mirtilo, pois ele costuma deixar a boca e os lábios azuis. É também conhecido como fruta da fofoca.
Neste artigo, o termo “fruta silvestre” é usado para se referir a qualquer baga pequena e suculenta. Em botânica, baga é qualquer fruto simples e carnudo, geralmente com muitas sementes. De acordo com essa definição, bananas e tomates são bagas.

Sirva-se das delícias da floresta




DO REDATOR DE DESPERTAI! NA FINLÂNDIA

NOS PAÍSES nórdicos da Europa, muitas famílias gostam de se aventurar nas florestas para apanhar frutas silvestres. Na Finlândia, por exemplo, amantes da floresta têm livre acesso à natureza, podendo caminhar até mesmo em propriedades particulares, desde que não causem danos ou se aproximem muito das casas. O direito de livre acesso às florestas não está escrito na lei, mas é uma antiga tradição escandinava. Permite às pessoas apanhar flores e frutas silvestres e cogumelos em praticamente qualquer lugar que cresçam.

Cerca de 50 espécies de frutas silvestres crescem nas florestas da Finlândia e a maioria delas é comestível. Os três tipos mais comuns são mirtilos, amoras-brancas-silvestres e amoras alpinas. — Veja os quadros.

Frutas silvestres de várias cores e sabores dão variedade aos alimentos e são muito saudáveis. “As frutas silvestres nórdicas que crescem nas longas horas do dia [no verão] são ricas em cores, aromas, vitaminas e minerais”, diz o livro Luonnonmarjaopas (Guia das Frutas Silvestres). Além disso, essas frutas contêm fibras, que podem ajudar a equilibrar o nível de açúcar no sangue e reduzir o colesterol. Também contêm flavonóides, compostos de fenol que, segundo se acredita, contribui para a boa saúde.

Será que vale a pena todo o esforço para apanhar essas frutas nas florestas? Jukka, que é apaixonado por apanhar frutas na floresta, diz: “Como elas custam caro nos mercados, fazer isso nos ajuda a economizar. E quando você mesmo apanha as frutas, sabe que estão frescas.” A esposa de Jukka, Niina, fala sobre outra vantagem: “Apanhar essas frutas nos dá a oportunidade de fazer um agradável piquenique com a família na floresta.”

“Mas se houver crianças com você, é bom ficar de olho nelas para que não comam frutas desconhecidas ou se percam na floresta”, acrescenta Niina. É preciso ter cuidado, pois algumas frutas são venenosas.

Como a maioria dos nórdicos, Jukka e Niina gostam muito do ambiente que as florestas proporcionam. “Amo a floresta”, diz Niina. “É um lugar de agradável tranqüilidade, com ar puro e fresco. Sinto-me revigorada. As crianças também se sentem felizes ali.” Jukka e Niina descobriram que a tranqüilidade da floresta é o lugar perfeito para meditação e conversas em família.

As frutas silvestres são mais saborosas e têm maior valor nutricional logo que são apanhadas e estão frescas. Mas não continuam frescas por muito tempo. Para saboreá-las no inverno, é necessário colocá-las em conserva. No passado, as pessoas costumavam estocá-las em celeiros, mas agora são geralmente guardadas no freezer. Muitas frutas silvestres servem para fazer geléias e sucos.

“Nos dias mais frios do inverno, que delícia é abrir essas compotas e desfrutar das lembranças conservadas do último verão, despertando em nós o anseio pela chegada do próximo verão”, diz apropriadamente um escritor sueco no Svenska Bärboken (Livro das Frutas Silvestres da Suécia). As frutas silvestres são usadas de muitas maneiras. No café da manhã, elas vão bem com iogurte, granola ou mingau de cereal. Frutas frescas apanhadas na floresta são usadas para preparar deliciosas sobremesas e tortas. E um purê ou uma geléia dessas frutas é um acompanhamento colorido para vários pratos.

Muitas pessoas compram frutas silvestres no mercado local. Mas imagine-se na floresta num dia de céu claro, respirando ar puro e sentindo paz e tranqüilidade enquanto procura frutas silvestres doces e coloridas. Servir-se dessas delícias assim não é nada mal! Isso nos faz lembrar das palavras do salmista: “Quantos são os teus trabalhos, ó Deus! A todos eles fizeste em sabedoria. A terra está cheia das tuas produções.” — Salmo 104:24.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Uma delícia


O abacaxi não só é delicioso em fatias ou em suco, mas também em compota, que pode ser encontrada em conserva em alguns países. Também, o abacaxi contém certos nutrientes como carboidratos, fibra e vitaminas, principalmente a A e a C.

No México, existe uma bebida refrescante feita da casca do abacaxi. Se quiser prepará-la, coloque as cascas num recipiente de vidro com água e açúcar e deixe descansar por dois ou três dias. Uma vez que tenha fermentado, pode ser servido como refresco, com gelo. É uma bebida muito refrescante chamada tepache, com um gostinho agridoce. Quer experimentar? Nas Filipinas, o abacaxi é cultivado para a extração de fibra de suas folhas. A fibra é usada para a fabricação de um tecido branco, transparente e bem fino, com o qual se confeccionam lenços, toalhas, cintos, camisas e roupas para crianças e para senhoras.

Nos últimos séculos, o abacaxi vem sendo exportado para muitos países que não são produtores. Todos os apreciadores do abacaxi esperam que continue a ser difundido pelo resto do mundo, para deliciar a todos.

O abacaxi e o abacaxizeiro



Como é o abacaxi? É um fruto cilíndrico que cresce na haste central do pé. Ele é revestido de uma casca grossa, e traz no ápice uma coroa de pequenas folhas verdes, rijas. As folhas compridas, lanceoladas, do abacaxizeiro crescem em espiral em torno da haste central. O pé pode chegar a atingir de 60 cm a quase 1 metro de altura, e o abacaxi pode pesar de dois a quatro quilos.

Quando o abacaxi ainda é pequeno, ele se parece com a pinha e a casca tem cor púrpura. A cor verde assinala que o fruto está desenvolvido e o tom amarelado, alaranjado ou avermelhado, que está maduro. Quando madura, a polpa fica doce e suculenta, exalando um aroma delicioso.

Amêndoa — um fruto com sabor de noz

DO MEU ponto de observação, numa alta colina, contemplo uma série de ilhas brancas, espalhadas pelo verde-azulado vale lá embaixo. Um exame mais detido revela que, o que de longe parecem ser campos de bolas brancas de pipoca são, na realidade, milhares de árvores singulares, cada uma cheia de flores brancas, com delicados centros rosa, que enchem o ar com forte fragrância. Estas coisas deleitosas que despertam meus sentidos são a melhor descrição de um pomar de amendoeiras em plena floração durante o início da primavera setentrional.

Já desde a infância gozo deste panorama emocionante, porque fui criado num amendoal, numa pequena cidade da Califórnia, EUA. O ganha-pão de minha família era cultivar e colher estes deliciosos frutos.

“Frutos?”, pergunta. “A amêndoa não é uma noz?” Bem, sim e não. Embora comumente considerada uma noz, a amêndoa é, curiosamente, um fruto. Faz parte da família da qual outras árvores com frutos de caroço (drupas) derivam sua origem, a saber, a família da rosa. Os frutos de caroço incluem os pêssegos, os damascos e as ameixas. Da próxima vez que tiver um caroço de pêssego na mão, observe quão semelhante, em tamanho e formato, ele é a um caroço de amêndoa. Quebre a ambos e descobrirá que os frutos (amêndoas) também são similares. No entanto, apenas as amêndoas devem ser comidas, visto que ingerir os caroços de frutas, como os pêssegos, pode deixá-lo doente.

O fruto que ganhou um novo nome


DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NA BOLÍVIA

DAS matas densas da floresta tropical amazônica vem a saborosa e nutritiva castanha-do-pará. Seu nome internacional anterior, Brazil nut (noz do Brasil) não é mais apropriado, pois, atualmente, até metade de sua produção vem de florestas fora das fronteiras do Brasil, especialmente da Bolívia.

Apropriadamente, em 18 de maio de 1992, o International Nut Council decidiu mudar o nome internacional da castanha-do-pará, anteriormente conhecida por uma variedade de designações, como Brazil nut, noz de creme, noz de manteiga, Paranuss e noix du Brésil. Agora seu nome internacional é Amazonia nut (noz ou castanha-da-amazônia).

Abacate: um fruto de mil e uma utilidades

Do correspondente de Despertai! na Colômbia

OS CONQUISTADORES espanhóis do início do século 16 nunca tinham visto nada igual. Em formato e tamanho, parecia uma enorme pêra, mas a cor era verde mesmo quando maduro. A polpa era macia como manteiga, com um sabor que lembrava o de nozes. Por fim tornou-se conhecido como abacate, do asteca ahuacatl.

O abacate foi introduzido ao público europeu em 1519, por Martín Fernández de Enciso. Ele havia visto esse fruto perto da atual Santa Marta, Colômbia, na época de uma das primeiras expedições espanholas na América do Sul. Naqueles anos de exploração, além do abacate, os europeus experimentaram diversos alimentos que não conheciam, incluindo o chocolate, o milho e a batata.

Naturalmente, nenhum desses alimentos era realmente novo. Todos já eram conhecidos e apreciados pelos habitantes nativos das regiões temperadas do Hemisfério Ocidental por séculos. Entre algumas tribos nativas, o abacate era tão apreciado que era oferecido aos que se casavam e aos visitantes.

Por que é tão doce?

A intensa doçura do icewine se deve ao teor de açúcares no suco das uvas. As uvas, compostas de 80% de água, são colhidas e prensadas enquanto estão congeladas. Os vinhateiros têm até de prensá-las ao ar livre ou manter as portas do local de trabalho abertas para que continuem congeladas. A água congela numa temperatura mais alta do que os açúcares. Assim, quando se prensam as uvas congeladas, o suco produzido tem alto teor de açúcares porque a maior parte da água virou gelo. Um colunista que escreve sobre vinhos descreve esse suco como “milagrosamente doce”.

O interessante é que, embora o Canadá seja conhecido por seus invernos rigorosíssimos, Niágara está mais ao sul em relação à famosa região da Borgonha, na França. Com muitas horas de sol e altas temperaturas em julho — justamente quando as videiras estão no auge do desenvolvimento — Niágara está numa posição ideal para produzir um icewine com alto teor de açúcares. No outono, o clima varia consideravelmente, o que desidrata as uvas e intensifica a doçura.

Cronometragem e temperatura

O escritor norte-americano Mark Twain chamou o acaso de “o maior de todos os inventores”. Essa afirmação se mostrou verdadeira em 1794, na Francônia, Alemanha. Depois de uma chuva gelada, vinhateiros prensaram uvas congeladas que produziram um vinho com um teor notavelmente alto de açúcares, mas cuja acidez elevada contrabalançava a doçura. Produzir icewine todo ano, porém, representa alguns desafios para o vinhateiro. A temperatura deve ficar abaixo de 7 °C negativos por vários dias para que o suco congele apropriadamente. Se derreter rápido, o suco doce se diluirá. Se ficar frio demais, as uvas ficarão muito duras e produzirão pouco suco quando prensadas. “Tem as suas manhas”, diz um vinhateiro de Niágara. “Tudo tem de estar certinho.”

O clima no sul do Canadá, em especial na região de Niágara, é ideal para produzir icewine. Entre novembro e fevereiro, a temperatura sempre acaba baixando para menos de 7 °C negativos. As melhores safras de icewine são preparadas com uvas riesling e vidal, embora também se usem outras variedades. Outros países também produzem icewine, mas o Canadá é o maior produtor mundial e já ganhou prêmios importantes em várias competições internacionais de vinhos.

Uvas congeladas que produzem “ouro líquido”

DO REDATOR DE DESPERTAI! NO CANADÁ

Num dia gélido de inverno na região de Niágara, no Canadá, um grupo de trabalhadores robustos se dirige ao vinhedo, enfrentando as intempéries. Os ventos gelados produzem a sensação térmica de 40 °C negativos. Por que esses homens estão dispostos a enfrentar um clima tão rigoroso para colher uvas congeladas e enrugadas, duras como bolas de gude? Porque com essas uvas murchas se produz um vinho extremamente doce da cor do ouro: o icewine.

A História da Vitamina C




“Em 20 de maio de 1747, aceitei vinte pacientes com escorbuto . . . Seus casos eram tão similares quanto consegui obtê-los” inicia o relatório do Dr. Lind. Suas conclusões mostravam “que os mais súbitos e melhores efeitos visíveis foram percebidos através do uso das laranjas e dos limões; aqueles que os haviam tomado ficando aptos para seu dever no fim de seis dias”.

Regozijou-se o mundo médico de seus dias? Não. Ao invés, a idéia de que a dieta provocava o escorbuto sofreu zombaria e repúdio. Não tomavam limão as tripulações de alguns navios e, ainda assim, contraíam escorbuto? Infelizmente, isto era verdade, mas tinham fervido o suco de limão, destruindo o que agora conhecemos como vitamina C.

Por fim, cerca de quarenta e sete anos depois, o Almirantado inglês permitiu que Lind repetisse suas experiências. Forneceu-se a toda uma frota suficiente suco de limão cru para uma viagem de vinte e três semanas. Os resultados foram tão espetaculares que um ano depois, em 1795, o suco de limão (mais tarde substituído por suco de lima) tornou-se parte da dieta regulamentada dos marujos ingleses. O escorbuto não mais era o ‘senhor das ondas’, e até mesmo hoje em dia os marujos britânicos são apelidados de “limeys” (abreviatura de bebedor de suco de limão)!

No entanto, só ocorreu lentamente o progresso em isolar-se a razão da eficácia dos limões, e de outros frutos e legumes. Em 1905, um holandês, o Professor Pekelharing, depois de suas experiências com camundongos, escreveu: “Há uma substância desconhecida, contida no leite, que mesmo que ingerida em dose muito ínfima, é de importância capital para a nutrição.” Ele mostrou que, mesmo diante da aparente abundância de alimentos (gorduras, proteínas, carboidratos), se faltasse tal “substância desconhecida”, os camundongos morreriam. Infelizmente, seu relatório foi publicado apenas em holandês e não gozou de circulação geral.

Malgrado esses obstáculos, a idéia de haver ‘elementos misteriosos’ necessários, por fim foi publicada e se creu nela. Podia-se ingerir grandes quantidades de ‘bons alimentos’ e, ainda assim, não obter os ‘elementos necessários’. Não constituíam combustível para o corpo, mas, de alguma forma, eram necessários para ele em sentido químico. Poderia algum deles ser isolado?

Por volta do início dos anos 1900, várias equipes de cientistas estavam ‘perto da pista’ da misteriosa substância de combate ao escorbuto. Em 1931, fez-se um concentrado de suco de limão 20.000 vezes mais potente que o suco original! Então ocorreram esforços intensivos de discernir a natureza exata deste composto vital. Uma vez determinada a sua “cadeia” ou estrutura molecular, poder-se-ia sintetizá-lo e produzi-lo em massa. E assim aconteceu que, em 1935, a vitamina C (também chamada apropriadamente de ácido ascórbico) tornou-se a primeira vitamina “pura” disponível ao público por meio da produção em larga escala.

Na busca da cura do escorbuto, porém, descobriu-se mais de uma vitamina. O homem aprendeu que uma moléstia nem sempre é provocada pelo ataque de alguma infecção ou bactéria. Às vezes é causada pela dieta deficiente.

A rainha que desbancou a laranja e a acerola



  A laranja, que sempre foi símbolo da vitamina C, perde de longe para uma fruta que vem sendo aclamada como “a nova rainha da vitamina C”. Até mesmo a acerola, soberana entre as frutas ricas em vitamina C, teve de admitir a derrota. E quem é a nova rainha? Uma poderosa frutinha de cor púrpura, mais ou menos do tamanho da uva, e que cresce naturalmente nas várzeas da Amazônia. Seu nome? Camu-camu. Será que ela merece o título? Segundo uma revista brasileira, 100 gramas de laranja contêm 41 miligramas de vitamina C, ao passo que 100 gramas de acerola contêm 1.790 miligramas da mesma vitamina. Mas a mesma quantidade de camu-camu tem a espantosa quantia de 2.880 miligramas de vitamina C — 70 vezes mais do que a laranja!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Mais Popular de Todas

O mamão, que também é encontrado nos subtrópicos, é provavelmente a fruta mais comum da mesa equatoriana. Embora alguns, por engano, talvez pensem que é um melão, não cresce em trepadeiras. Antes, cresce em grupos, no alto de árvores semelhantes às palmeiras. Os mamões variam de tamanho, os grandes chegando a pesar quase sete quilos ou mais.

Do lado de fora, a fruta tem cor verde-escura que gradualmente se transforma em amarela, em certas manchas, ao amadurecer. Lá dentro, a polpa é dum amarelo forte, ou às vezes, de cor laranja brilhante ou avermelhada. Diferente de muitas outras frutas, o mamão tem fruto oco, em que uma porção de sementes pretas estão presas à polpa, mas são facilmente retiradas. A polpa é doce e suculenta e mui deliciosa, a menos que aconteça pegar um ruim, com gosto forte e um tanto desagradável. Usualmente os menores tendem a ter sabor bem forte; os maiores têm melhor sabor.

As pessoas neste país comem bastante mamão, não apenas pelo simples prazer de comer a fruta, mas também por questões de saúde. Nos trópicos, o corpo da pessoa precisa de bastante líquido necessário duma forma mui pura e deleitosa. Daí, também, é excelente ajuda para o sistema digestivo. Pode-se facilmente provar isto pela simples ingestão de uma fatia ou duas de mamão depois de uma refeição pesada, e assim evitar os; desconfortos comuns sentidos depois da ingestão de muito alimento rico. Há razoável explicação médica para isto, também. As autoridades em nutrição verificaram que o mamão e rico numa enzima chamada “papaína”, que ajuda na digestão das proteínas.

Neste respeito, uma amiga nossa descreveu como ela faz bom uso desta propriedade do mamão de outra forma. Ela mergulha a carne no suco de mamão por algumas horas, preferivelmente a noite toda, e verifica que é excelente amaciador da carne. Isto também se deve à enzima presente nesta fruta tropical.

Bem, não somos mais recém-chegados a este lindo país tropical, que possui uma variedade de aves, de flores e de frutas. O que parecia no início serem frutas um tanto esquisitas e incomuns são agora grandes conhecidos nossos — velhos amigos cuja companhia apreciamos em sentido muito especial. Se quiser familiarizar-se mais com elas, por que não vem visitar-nos?

Apresentando Outras Frutas Estranhas

Pouco tempo depois, tivemos outra experiência agradável quando nos serviram pela primeira vez a badea. A badea cresce numa trepadeira e assemelha-se a pequena melancia, com casca tão brilhante que parece que acabou de ser encerada. Constitui também deliciosa bebida que sabe ao suco de abacaxi, mas sem a acidez do abacaxi. Nossa grande surpresa, contudo, surgiu quando verificamos que tal bebida estava cheia de sementes e nos mandaram engoli-las, assegurando-nos de que era a melhor parte. Mastigar tais sementes (cerca do tamanho das da melancia) dava à bebida um sabor completamente diferente, fazendo-nos lembrar certas uvas produzidas no hemisfério setentrional.

Em contraste com a naranjilla e a badea, a aparência exterior da chirimoya certamente não é atrativa. Tem cerca do tamanho e a forma duma bola de softball, dum verde embotado, e tem pele escamosa como a dum réptil. Assim, pode imaginar a surpresa que tivemos quando enfiamos pela primeira vez os dentes numa chirimoya e verificamos que tinha o sabor como de pêras maduras misturadas com creme e açúcar, apenas que eram mais macias! Muitos gostam de comer esta fruta fresca, mas outros preferem transformá-la em sorvete. De qualquer jeito, é preciso admitir que não se pode julgar a chirimoya despretensiosa por sua casca, assim como não se pode julgar um livro pela sua capa

Certo dia, quando passávamos pelo carrinho dum vendedor, um amigo nosso parou e comprou o que se chama de guabas. São compridas, verdes e achatadas, e são tão curvas como a bainha dum sabre. Tomando a guaba em sua mão, nosso amigo deu com ela contra a parede do prédio a fim de romper sua casca dura. E, eis que lá dentro havia uns doze ou vinte glóbulos de algodão branco como a neve, cada glóbulo contendo uma grande e brilhante semente preta. O agradável sabor doce da guaba é bastante convincente: esta deve ser a original bala de algodão dos trópicos!

Provavelmente, o tratamento mais popular para pequenos males do fígado aqui no Equador seja uma bebida feita da fruta chamada tamarindo. E, caso procure o tamarindo no mercado, procure o que se parece a grandes feijões em vagens marrons com de 15 a 20 centímetros. Daí, lá dentro, ao invés de feijões, conforme esperava, a vagem está cheia duma substância pegajosa que se parece muito com a polpa das ameixas, e, naturalmente, há caroços. A bebida feita desta fruta é bastante agradável, um tanto parecida com a cidra de maçã. Mas, lembre-se, é um laxativo brando. No entanto, se for isso que desejar, concordará que certamente é um remédio de ótimo sabor!

Frutas incomuns dos trópicos

Do correspondente de “Despertai!” no Equador

QUANDO nós, recém-chegados, pisamos pela primeira vez no solo da América do Sul, no país tropical do Equador, era um dia quente do verão meridional de dezembro. A súbita mudança do tempo congelante que acabáramos de deixar no hemisfério norte foi bastante sentida, mas nos deu tremenda sede. Como apreciamos quando Carlos, nosso, anfitrião, nos serviu um geladinho refresco de frutas.

U-m-m! Que delícia! Mas, de que era? Jamais tínhamos provado nada semelhante. Nosso anfitrião explicou que era suco de naranjillas. Naranjilla, nome espanhol, significa laranjinha. Tinha um sabor delicado que nos fazia lembrar uma mistura de abacaxi, laranja e maçã, talvez com uma pitada de suco de tomate. A fim de fazer este refresco, Carlos explicou como primeiro descascou a fruta, colocou-a num liqüidificador, adicionou água e adoçou com um pouco de açúcar.

Alguns dias depois, vimos algumas naranjillas numa banca do mercado. Tinham sido trazidas de seu lar nas selvas, sob as altaneiras montanhas dos Andes. A distância, pareciam deveras pequenas laranjas, tendo cerca do tamanho de tangerinas. Mas, ao chegarmos perto, a aparência mudou de laranjas para tomates de casca brilhante. No entanto, quando apanhamos uma, ficamos surpresos de descobrir que tinha diminuta penugem, um tanto como o pêssego, mas penugem dura e quebradiça. Que fruta estranha é esta laranja penugenta, parecida a um tomate!

Bem alto nos Andes, os habitantes da serra têm àquilo que chamam de tomate de árbol, que cresce em seus quintais junto com uma variedade de flores tropicais. As plantas têm uns dois metros e setenta e dão frutos multicoloridos, que variam do laranja’ brilhante ao púrpura forte. O fruto não é redondo como um tomate, mas é oblongo e nos extremos tem a forma de uma pequena bola ,de futebol americano. E o gosto? Bem, é um tanto parecido com o suco de tomate, apenas que é mais doce. Não só constitui uma deliciosa bebida, mas também serve para conservas deliciosas.

Pepino [hebr.: qish·shu·’áh].



Entre os alimentos pelos quais os queixosos israelitas e a multidão mista expressaram grandes almejos estavam o pepino, bem como a melancia, o alho-porro, a cebola e o alho. (Núm 11:5) Alguns peritos, encarando o pepino como comum demais para provocar tal almejo, sugerem como provável identificação o melão (Cucumis melo). Todavia, a evidência de línguas cognatas, bem como a de primitivas traduções, indica o pepino.

O pepineiro é uma trepadeira comprida, rastejante, que produz flores amareladas ou esbranquiçadas. O fruto do pepineiro comum (Cucumis sativus) tem casca lisa, cor verde a verde-azulada, e polpa branco-esverdeada, com muitas sementes. As margens bem-regadas do Nilo e as terras umedecidas por orvalho na Palestina, junto com o calor do sol, fornecem condições ideais de crescimento a esta planta muito cultivada naqueles países.

Era costume erigir barracas ou cabanas em hortas e vinhedos como abrigo para o vigia que protegia os produtos do campo contra ladrões e animais predadores. Se o rancho era do tipo usado mais recentemente, então tinha uma estrutura frágil de quatro paus fincados no chão, com travessas ligando-os. Usavam-se galhos para formar o teto e os lados, estando estes às vezes interligados com um trançado de varas ou de raminhos finos, ao passo que as juntas principais da estrutura eram amarradas com vimes usados como cordas. Finda a época da cultura, esses ranchos ficavam abandonados, e com o começo dos ventos e da chuva outonais, podiam vergar e até mesmo cair. Deste modo, Sião, no meio da desolação, é vividamente retratada “sobrando como uma barraca no vinhedo, como um rancho de vigia no pepinal”. — Is 1:8.

Colocavam-se também nos campos cultivados colunas, estacas ou outros dispositivos para espantar animais, e foi com tal mudo e inanimado “espantalho do pepinal” que o profeta Jeremias comparou as imagens feitas pelas nações idólatras. — Je 10:5.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A exótica graviola

DO REDATOR DE DESPERTAI! NO MÉXICO

IMAGINE os deliciosos sabores de morango, canela, manga e abacaxi reunidos numa só fruta! É assim que algumas pessoas descrevem a graviola. Se você não vive nos trópicos, talvez nunca a tenha saboreado. Também chamada de graviola-do-norte (Annona muricata), é uma fruta ovóide, esverdeada, com casca eriçada, suculenta polpa branca e sementes marrom-escuras, lisas e brilhantes.

A árvore da graviola-do-norte é uma sempre-verde que não sobrevive em temperaturas frias. Suas flores são polinizadas por pequenos insetos, tais como formigas e alguns besouros. Por não produzir néctar nem ter cores vivas, as flores não atraem muitos insetos polinizadores. Além disso, as flores são dicógamas, ou seja, os pistilos e os estames atingem a maturação em épocas distintas. Assim, em caso de comercialização torna-se necessária a polinização manual, senão a árvore produz apenas entre 12 e 20 frutos por estação. A graviola é colhida quando está de vez e amadurece bem rápido. Por isso é muito perecível.

Chegando a pesar cinco quilos, a graviola é uma excelente fonte de niacina, riboflavina e vitamina C, e aproximadamente 12% da sua composição é de açúcar. No entanto, para a maioria das pessoas ela é ácida demais para ser saboreada sem adoçar. Assim, a polpa comestível pode ser amassada e peneirada para fazer refrescos e sorvetes. Tradicionalmente, das folhas faz-se chá para disenteria, gripe e indigestão. No México, o chá tem sido usado como um antiespasmódico e adstringente. As raízes servem como vermífugo para exterminar ou expelir vermes parasíticos e as sementes são usadas como repelente ou inseticida.

Se existir graviola na sua região, não deixe de prová-la. Você vai amar seu sabor!

Compra e preparo

Se você for à feira ou ao mercado comprar abacate, não olhe para a cor da casca para saber se está maduro, pois a coloração vai depender da variedade. Aperte-o levemente com os dedos. Se estiver macio ao toque, está maduro. O abacate deve ser guardado em temperatura ambiente e em lugares bem ventilados, e pode-se apressar o amadurecimento por embrulhá-lo em jornal. Pode também ser guardado na geladeira, mesmo depois de partido. Se você aspergir um pouco de suco de limão na polpa, ele não vai escurecer.

Muitos gostam de comer o abacate com frutas cítricas ou com tomate. Pode-se também acentuar o seu sabor com um molho picante. Ele vai igualmente bem com camarão, caranguejo ou lagosta, e pode ser usado em muitos tipos de salada. Já outros preferem uma deliciosa vitamina batendo o abacate com outras frutas.

Amassado com temperos e outros ingredientes, dá um delicioso patê para acompanhar biscoitos cream crackers. E não se pode deixar de mencionar o famoso guacamole, feito de abacate, tomate, cebola, pimentão e condimentos. O abacate também pode guarnecer pratos quentes. Neste caso, deve ser acrescentado quase na hora de servir, sendo mantido longe do calor.

Talvez o abacate já seja importante na sua alimentação. Em algumas partes do mundo, contudo, pode ser um fruto exótico e raro. Se você nunca experimentou o abacate, faça isso na próxima oportunidade. Poderá descobrir que esse fruto de mil e uma utilidades é também uma delícia!

Nutritivo e útil

O abacate tem grande valor nutritivo, sendo rico em proteínas, riboflavina, niacina, potássio e vitamina C. Consta que contém pelo menos 11 vitaminas e 14 minerais. Em algumas partes da América Central, o abacate com tortilhas é considerado uma refeição completa. Esse fruto é igualmente rico em gorduras, e seu óleo é similar ao azeite de oliva no sentido de conter gorduras monoinsaturadas. O óleo é também utilizado na fabricação de sabonetes e cosméticos.

Do abacateiro se aproveita quase tudo. A madeira é usada como combustível. O caroço é usado na América do Sul para estampar roupas, visto que sua nódoa não sai. Em algumas regiões das Filipinas, as folhas são usadas para fazer chá. Afirma-se também que a casca pode ser usada para curtir couro.

Cultivo

Hoje o abacate é cultivado em muitas regiões de clima quente ou temperado, incluindo América do Norte e do Sul, Austrália, Filipinas, Israel, Nova Zelândia e Quênia. É um dos cerca de 20 frutos tropicais de importância comercial no mundo todo.

Nos países tropicais das Américas existem muitas variedades de abacate, que vão desde o tamanho de um ovo de galinha a outras tão grandes quanto um melão de tamanho médio, pesando até dois quilos. A cor pode variar de verde a violáceo ou negro, sendo a casca de algumas variedades dura e quebradiça, ao passo que a de outras é fina e lisa. Mas é possível cultivar pomares que produzam abacates de aspecto e qualidade uniformes.

Na época da floração, os abacateiros ficam cobertos de milhares de flores branco-amareladas. Destas, apenas 1 em 5.000 desenvolve-se em fruto. Uma característica incomum dessas flores é que cada uma delas possui um estame (que produz o pólen), e um pistilo (onde fica o ovário). Isso permitiria a autopolinização, não fosse o maravilhoso mecanismo no abacateiro que impede que o estame e o pistilo sejam ativados ao mesmo tempo.

Assim, as flores de alguns abacateiros se abrem para receber o pólen ao amanhecer e fecham ao meio-dia. À noitinha, essas mesmas flores voltam a se abrir, desta vez para produzir o pólen. Outras árvores próximas têm ciclo oposto. A polinização ocorre quando uma árvore produz pólen e outra ao seu lado está pronta para ser polinizada. Nesse ponto, abelhas e outros insetos são importantes agentes de polinização, ao passo que transferem o pólen de uma flor para outra. Dessa forma, uma intrincada coordenação de luz solar, calor, insetos, vento e localização torna possível a reprodução desse fruto.

Abacate: um fruto de mil e uma utilidades

Do correspondente de Despertai! na Colômbia

OS CONQUISTADORES espanhóis do início do século 16 nunca tinham visto nada igual. Em formato e tamanho, parecia uma enorme pêra, mas a cor era verde mesmo quando maduro. A polpa era macia como manteiga, com um sabor que lembrava o de nozes. Por fim tornou-se conhecido como abacate, do asteca ahuacatl.

O abacate foi introduzido ao público europeu em 1519, por Martín Fernández de Enciso. Ele havia visto esse fruto perto da atual Santa Marta, Colômbia, na época de uma das primeiras expedições espanholas na América do Sul. Naqueles anos de exploração, além do abacate, os europeus experimentaram diversos alimentos que não conheciam, incluindo o chocolate, o milho e a batata.

Naturalmente, nenhum desses alimentos era realmente novo. Todos já eram conhecidos e apreciados pelos habitantes nativos das regiões temperadas do Hemisfério Ocidental por séculos. Entre algumas tribos nativas, o abacate era tão apreciado que era oferecido aos que se casavam e aos visitantes.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Como é cultivado?

Como se cultiva o abacaxi? Em primeiro lugar, é preciso um solo tropical — arenoso, rico em matéria orgânica, com acidez mediana e baixa salinidade, e bem irrigado. Daí, planta-se um dos rebentos da base do fruto após a colheita, ou então a própria coroa pode ser cortada e usada como muda. Mas é preciso ter paciência para saborear os abacaxis porque o abacaxizeiro demora mais de um ano para desenvolver-se e produzir frutos.

Antonio, abacaxicultor há mais de 25 anos, explica uma técnica usada: “É preciso colocar um pouco de carbureto de cálcio no “olho” da planta antes de ela começar a dar fruto. Isto para que todos os abacaxis possam ser colhidos na mesma época, pois, se a gente não fizer isso, alguns se desenvolvem mais depressa que outros e aí a colheita fica mais difícil.”

Quando o fruto já está desenvolvido, mas ainda não amadureceu, é preciso protegê-lo do sol para ele não sofrer queimaduras: o abacaxi é coberto com papel ou com as folhas do próprio pé. Passado o tempo requerido, o abacaxi está pronto para ser colhido. Daí, descascado e cortado em rodelas, é só saborear! Mas, cuidado: comer o miolo do abacaxi pode causar irritação na língua. Assim, alguns preferem tirar o miolo ao comer o abacaxi.

Se quer um abacaxi doce e suculento, não se deixe influenciar pela aparência da casca. Mostrando um abacaxi, Antonio explica: “Tem gente que escolhe o abacaxi pela cor da casca, se está verde ou amarela. Mas o abacaxi pode estar maduro mesmo quando a casca está verde. Dê umas batidinhas com os dedos. Se ouvir um som oco, a polpa está branca e o abacaxi está aguado. Mas se produzir um som firme, como se estivesse cheio de água, então está pronto para o consumo — docinho e suculento.” Existem diversos cultivares de abacaxi, mas o mais apreciado é o smooth cayenne, também conhecido como abacaxi havaiano.

O abacaxi e o abacaxizeiro

Como é o abacaxi? É um fruto cilíndrico que cresce na haste central do pé. Ele é revestido de uma casca grossa, e traz no ápice uma coroa de pequenas folhas verdes, rijas. As folhas compridas, lanceoladas, do abacaxizeiro crescem em espiral em torno da haste central. O pé pode chegar a atingir de 60 cm a quase 1 metro de altura, e o abacaxi pode pesar de dois a quatro quilos.

Quando o abacaxi ainda é pequeno, ele se parece com a pinha e a casca tem cor púrpura. A cor verde assinala que o fruto está desenvolvido e o tom amarelado, alaranjado ou avermelhado, que está maduro. Quando madura, a polpa fica doce e suculenta, exalando um aroma delicioso.

Uma deliciosa fruta internacional

DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NO MÉXICO

CRISTÓVÃO COLOMBO e a sua tripulação foram provavelmente os primeiros europeus a saboreá-la na sua viagem de exploração pelas Índias Ocidentais, em 1493. Ela foi mandada para o rei da Espanha, que também ficou encantado com o seu sabor. Depois, os marujos a popularizaram nas Américas e, em 1548, levaram-na para as Filipinas, para ser cultivada ali.

Mais tarde, por volta de 1555, esta fruta deliciosa chegou à França. Em fins do século 17, era ostentada nas mesas de alguns reis europeus como fruta nobre. Sua popularidade aumentou tanto que foi levada para o restante da Europa, para a Ásia e a África. Atualmente, os principais produtores são o Brasil, as Filipinas, o Havaí, o México, a Tailândia e alguns outros países com clima e solo propícios ao seu cultivo.

Assim, após uns cinco séculos de propagação, ela chegou a lugares bem distantes da sua região nativa, a América. Sabe de que fruta estamos falando? Trata-se do delicioso abacaxi.

No México ela era conhecida por matzatli, no Caribe, por ananá, e na América Central e do Sul por nana. Parece que os espanhóis a chamavam de piña por se assemelhar com a pinha, o fruto (cone) do pinheiro. Hoje, em espanhol, é conhecida por piña ou ananás, em inglês por pineapple e no Brasil é abacaxi, termo que se origina do tupi ibá (fruto) e cati (cheiroso). Independentemente do nome, os que já a saborearam concordam que é deliciosa.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Para Reduzir Sua Ingestão de Substâncias Químicas

(1) Examine os rótulos de todos os alimentos que são acondicionados, enlatados ou engarrafados, e escolha os que contiverem o mínimo de aditivos possível.

(2) Diminua o uso de alimentos que já vêm prontos, só se precisando misturados com algo. Talvez leve um pouco mais de tempo para preparar os seus alimentos, mas, em alguns casos, talvez sejam mais saudáveis.

(3) Se não puder obter pão que seja saudável e na maior parte livre de aditivos, talvez lhe seja proveitoso cozer seu próprio pão. Alguns pães comerciais têm muito pouco valor alimentício real.

(4) Quando possível, sirva à sua família frutas e legumes frescos, cuidadosamente lavados. Talvez até possa cultivar alguns em seu próprio quintal.

(5) Prefira bebidas naturais, tais como leite, ao invés de “refrigerantes”. Alguns sucos de frutas vendidos comercialmente talvez sejam na maior parte livres de aditivos. Em certos casos, talvez deseje espremer suas próprias frutas.

(6) Por obter carne fresca, sem ser processada, e cozinhá-la, evitará muitos dos aditivos usados em pedaços de carne congelada e em outros produtos relacionados.

(7) Visto que os pesticidas tais como o DDT tendem a concentrar-se na gordura dos animais, poderá reduzir sua ingestão dos mesmos por aparar os excessos.

Deliciosas bebidas feitas de improváveis ingredientes

Do correspondente de “Despertai!” na Guiana

QUANDO o alimento é abundante, o desperdício é comum. Mas, quando os preços são altos ou os suprimentos são escassos, algumas donas-de-casa aprendem a ser engenhosas. Na Guiana, muitas mulheres não jogam fora sequer a casca da batata. Usam a casca das batatas, dos abacaxis, das bananas-de-são-tomé e outros itens para fazer bebidas. As sementes de frutas tais como o mamão também são usadas para produzir deliciosas bebidas.

É muito fácil fazer tais bebidas, e elas não contêm álcool. Seu amplo uso na Guiana provém do fato de que se pode produzir uma variedade quase infindável. São servidas para matar à sede e como refrescos, especialmente num dia quente. Seus sabores são muito variados e cada uma tem sua própria caraterística.

Usam-se alguns condimentos? Sim. A canela e o cravo, entre outros, podem ser adicionados para melhorar o gosto. A experiência demonstra que apenas pequeníssimas quantidades destes condimentos são necessárias.

Desenvolver a arte de fazer tais bebidas é principalmente uma questão de adquirir prática pelo uso. Como assim? A dona-de-casa simplesmente coloca as cascas em um pouco de água, e, depois de alguns dias, coloca um pouco de açúcar. Caso tenha bom sabor, experimenta fazer um pouco mais.

Depois de que a dona-de-casa guianense descobre boas receitas, segundo o gosto, a cor e o tempo envolvido na preparação, ela talvez passe essa informação a outras. Experiências repetidas com diferentes frutas levam a uma longa lista de bebidas domésticas de várias misturas, cores e sabores. Assim, frutas antes colhidas apenas para serem comidas estão, além disso sendo processadas para a produção de bebidas.

Para as bebidas de batatas os ingredientes usados são a casca de 4 a 6 batatas, uns 2 litros de água, cravo e açúcar. São misturados e deixados por três dias antes de se coar.

Uma bebida especialmente deliciosa é a feita da casca de abacaxi. É simples de preparar. Ingredientes: (1) casca de um abacaxi, (2) 4 copos de água fervente; (3) açúcar à vontade e dois cravos; (4) um pedaço de casca seca de laranja, se desejado. Método: coloca-se a casca, os cravos e a casca de laranja num jarro, adiciona-se água quente. Cobre-se e deixa-se assentar por 24 horas, depois do que se coa a mistura e adoça-se. Deve ser usada de uma só vez ou engarrafada e guardada por um ou dois dias. Quando há bastante abacaxi, um pouco da polpa pode ser cortado em pedacinhos e usada junto com a casca.

Pode-se adotar um método similar ao usar as vagens das ervilhas verdes e as cascas da goiaba e da banana-de-são-tomé. A bebida da ervilha verde tem os seguintes ingredientes: (1) 4 punhados de vagens das ervilhas verdes; (2) uns 2 litros d’água (3) açúcar à vontade e alguns cravos; (4) 1 colher regular de chá de canela; (5) 1 pedaço de casca seca de laranja; (6) algumas gotas de essência de amêndoa ou abacaxi. Método: Lave as vagens da ervilha verde, coloque-as num jarro e então adicione água, açúcar, condimento e cravos, e a casca seca de laranja. Deixe repousar por três dias. Coe e adicione a essência e gelo, e então sirva.

Delicioso refresco de mamão é feito dos seguintes ingredientes: (1) sementes tiradas do mamão amarelo; (2) cerca de 1 litro e meio d’água ou mais; (3) açúcar à vontade e alguns cravos. Método: Ponha os ingredientes numa garrafa fechada e deixe repousar por três dias. Coe e sirva com gelo. Use um método similar para o refresco de manga.

Há óbvias vantagens em se converter estes aparentes resíduos em ingredientes ativos e úteis de bebidas. Por um lado, reduz-se o desperdício e assim se economiza dinheiro. A produção é barata e não dá quase nenhum trabalho. Há a satisfação adicional que a dona-de-casa laboriosa sente em desenvolver seus talentos. Pequena variação no processo pode levar a uma mistura de diferentes sabores e cores. As cascas e as sementes talvez pareçam ser improváveis ingredientes, mas podem produzir deliciosas bebidas.

Quinta: mantenha a higiene

A higiene também é importante para a saúde da família. A sujeira atrai ratos, moscas e baratas, que causam todo tipo de doenças. Manter a higiene exige tempo e esforço. Mas é mais barato fazer limpeza do que pagar uma conta de médico. Os padrões de limpeza variam um pouco de pessoa para pessoa e de um país para outro. Mas alguns princípios gerais se aplicam em toda parte.

Por exemplo, veja o caso do banheiro. Em zonas rurais, esse muitas vezes fica imundo e caindo aos pedaços, e acaba se tornando um dos principais focos de doenças. O pessoal da saúde pública na localidade talvez possa dar-lhe instruções sobre como construir uma latrina ou privada higiênica de baixo custo.

E a sua casa? É arrumada e está em boas condições? Cheira a limpeza? E a cozinha? É asseada e limpa? O alimento só é saudável se for limpo e adequadamente cozido. Na água contaminada há muitos germes e parasitas. Assim, filtre ou ferva a água antes de usá-la. Enxágüe os utensílios de cozinha com água fervente, e lave bem as mãos antes de mexer com comida. Armazene a água em recipientes limpos e fechados.

Se quiser manter boas condições de higiene, não deixe que cães, gatos, galinhas e cabritos andem pela cozinha. E cuide para que ratos e camundongos não corram pelas panelas e caçarolas, contaminando o alimento. Uma simples ratoeira pode eliminar o problema. — Veja “Como Enfrentar o Desafio da Limpeza”, na edição de 22 de setembro de 1988 de Despertai!.

Em última análise, somente o Reino de Deus resolverá completamente todos os problemas da humanidade. (Mateus 6:9, 10) Nesse meio tempo, porém, essas sugestões simples talvez o ajudem a melhorar sua qualidade de vida.

Quarta: tente criar alguns animais

Quem sabe, talvez você possa criar galinhas, cabritos, pombos ou outros animais. Em muitos lugares, a carne é artigo de luxo. Mas com um pouco de ajuda de outros, você pode aprender a criar alguns animais. Gosta de peixe? Ora, você pode aprender a fazer um pequeno tanque para criação de peixes. Carne, ovos e peixe contêm ferro, cálcio, vitaminas, minerais e proteínas, que são vitais para a saúde da família.

Terceira: aprenda a conservar os alimentos

Se você comprar em grandes quantidades, precisará saber como armazenar os itens perecíveis. Um método popular e prático é a secagem. Muitas mulheres africanas ganham a vida secando frutas, quiabo, feijão, abóbora, sementes de abóbora-moranga e ervas. Para secar alimentos, não é necessário equipamento especial. Basta colocar o produto numa superfície limpa ou pendurá-lo, talvez coberto por um tecido fino para evitar as moscas. O ar e o sol fazem o resto. — Veja o artigo “Poderá Passar com Menos?”, na edição de 8 de fevereiro de 1976 de Despertai!.

Segunda: compre em grandes quantidades

Você compra itens básicos, como farinha, arroz e óleo, em pequenas quantidades? Em caso afirmativo, talvez esteja desperdiçando uma boa parte dos seus recursos. Em vez disso, se possível, tente comprar itens alimentícios em grandes quantidades, dividindo o custo com duas, três ou mais famílias. Também pode ser mais econômico comprar certas frutas e legumes da época em grande quantidade. Em alguns casos, talvez você até possa comprar por atacado.

Primeira: cultive uma horta

“Quem cultiva o seu próprio solo terá fartura de pão”, diz a Bíblia em Provérbios 28:19. De fato, é surpreendente quanto se pode produzir num terreno bem pequeno. No seu livro Le jardin potager sous les tropiques (Hortas nos Trópicos), o autor Henk Waayenberg afirma que um terreno de 50 a 100 metros quadrados pode produzir legumes e verduras suficientes para uma família de seis pessoas.

Por que gastar seus recursos com coisas que você mesmo pode plantar? Dependendo do solo e do clima, talvez se possa cultivar bem perto de casa vegetais como quiabo, pimenta, espinafre, salsa, capim-limão (ou, capim-cidreira, capim-santo ou erva-cidreira), cebolinha, mandioca, abóbora-moranga, batata-doce, cana-de-açúcar, tomate, pepino e milho. No mínimo, uma horta assim pode suplementar a dieta da família, e talvez até sobrem alguns produtos que você poderá vender.

Se tiver terra suficiente, pode também pensar em plantar algumas árvores frutíferas. Em alguns casos, uma única árvore frutífera produz mais frutas do que uma família inteira é capaz de consumir. Para aumentar sua produção de alimentos, aprenda a fazer adubo por compostagem, o processo de reciclar matéria orgânica morta e usá-la como fertilizante. As árvores fazem mais do que produzir alimentos e fornecer uma renda extra para a família. Se plantadas em lugares apropriados, podem também fornecer sombra, purificar o ar e tornar o ambiente em volta mais bonito e agradável.

Mas e se você não entender muito de agricultura? Tem amigos, vizinhos ou conhecidos com experiência no assunto? Que tal então pedir-lhes ajuda ou conselho? Talvez você também possa comprar ou pegar emprestados alguns livros sobre agricultura. — Veja o artigo “Por Que não Cultiva uma Horta de Legumes?”, na edição de 22 de novembro de 1974 de Despertai!.

Cinco maneiras de melhorar sua qualidade de vida

DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA

INFLAÇÃO, doença, desnutrição, pobreza — esses são problemas generalizados nos países em desenvolvimento. E não há perspectivas de uma solução imediata, pelo menos do ponto de vista humano. Se você mora num país em desenvolvimento, existe alguma coisa que possa fazer para melhorar sua qualidade de vida? Sim, existe! Seguem-se cinco sugestões que talvez ache úteis e práticas.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Alimentos produzidos na sua horta



DO REDATOR DE DESPERTAI! NA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA

EM MUITOS países, ter o necessário para alimentar a família é uma preocupação diária. O alto preço das hortaliças comuns torna difícil prover o básico. Mas algumas pessoas acharam uma solução até certo ponto simples — ter uma pequena horta e produzir alguns de seus próprios alimentos.

Isso talvez já tenha passado pela sua cabeça. O problema de muitos é que não dispõem de espaço no quintal. Mas será que não há um terreno nas proximidades que alguém poderia ceder para você plantar? Pense em quanto dinheiro você economizará cultivando frutas e hortaliças deliciosas e saudáveis, além do fato de ser um meio de exercitar-se, o que também é muito necessário. Faça da sua horta um projeto para toda a família. Seus filhos vão aprender a gostar. Cultivar uma horta ensina a desenvolver a qualidade da paciência. (Tiago 5:7) Acompanhar o crescimento das plantas o aproximará do Criador de todas as coisas boas. — Salmo 104:14.

Mas não se iluda: produzir alimentos exigirá esforço da sua parte. Não verá resultados logo. Porém, com determinação e um pouco de prática, você conseguirá.

O sabor dos trópicos

Fora dos trópicos, é comum pensar no coco apenas como sabor de doces e biscoitos. Se conhecer o Sudeste Asiático, verá que o coco é realmente uma noz versátil. Segundo o livro Pacific and Southeast Asian Cooking (Culinária do Pacífico e do Sudeste Asiático), “o coco é um ingrediente indispensável na culinária de todos os países e ilhas — do Havaí a Bangcoc”. O livro ainda declara que, para os habitantes dessas regiões, “o coco é uma necessidade básica da vida do qual eles retiram nutrição . . . em muitas formas e por meio de incontáveis variedades de pratos e de sabores”.

O motivo de o coco ter destaque na culinária dos países tropicais é simples: ele contém água, leite e óleo comestível. O líquido doce e claro contido na noz ainda verde é conhecido como água-de-coco ou suco de coco — uma bebida deliciosa e refrescante, não raro vendida em bancas ou lojas à beira das estradas nos países tropicais. Por outro lado, obtém-se o leite de coco misturando a polpa ralada do coco com água para depois extrair o líquido. O leite de coco dá sabor e substância a sopas, molhos e massas.

Para extrair o óleo comestível, os produtores partem a noz madura ao meio e deixam-na secar ao sol. Já seca, a polpa, ou copra, pode ser separada da casca rígida para depois se extrair o óleo. Nos países tropicais, o óleo de coco é o principal óleo comestível, ao passo que nos países ocidentais ele é freqüentemente empregado como ingrediente de margarina, sorvete e biscoitos.

Colher o coco não é nada fácil. Muitas vezes o apanhador sobe na árvore e corta as frutas. Já outros apanhadores usam uma haste comprida com uma lâmina na ponta. Na Indonésia e na Tailândia, treinaram-se macacos para fazer isso. O método mais simples e o predileto por aqueles que querem ter certeza de que vão apanhar a noz madura é simplesmente esperar até que ela caia ao chão por si só.

Seja qual for o tipo da colheita, o emprego diversificado do coco fez dele um produto agrícola ideal para comercialização, além de ser uma inestimável fonte de alimento. Então, da próxima vez que vir um coqueiro, pessoalmente ou numa foto, lembre-se de que ele é muito mais do que uma árvore ornamental nas praias tropicais. Você estará diante de uma árvore que produz uma das “nozes” mais úteis do planeta.

A semente navegante

O coco se sai bem em qualquer costa tropical, desde que haja suficientes chuvas. Embora o versátil coqueiro possa ser plantado por habitantes locais, o coco já viajou por conta própria até alguns dos cantos mais isolados do planeta. As sementes em geral se espalham de diversas maneiras, mas o coco tira proveito das águas profundas . . . Eis o sucesso do viajante internacional.

Quando está maduro, o coco cai no chão. Alguns rolam até a praia e a maré alta pode levá-los para  o mar. Visto que a casca fibrosa retém muito ar, o coco flutua facilmente. Quando está em algum atol do oceano Pacífico, talvez simplesmente pare no outro lado da lagoa, mas caso alcance o mar aberto, o coco chega a viajar grandes distâncias.

A água do mar, geralmente nociva para sementes, leva um bom tempo para penetrar na resistente casca do coco. Em condições adequadas, ele ainda consegue germinar numa praia, mesmo viajando milhares de quilômetros à deriva, pois o coco pode suportar facilmente três meses de contato com a água do mar. Talvez tenha sido desse modo que o coco colonizou a maioria das praias tropicais.

Uma das nozes mais úteis do planeta

EXISTE uma “noz” extraordinária que já viajou o mundo. Ela fornece comida e bebida; e o formato exclusivo da planta é uma marca distinta de ilhas tropicais. Estamos falando do coco: uma das nozes mais versáteis do planeta.

Para quem não vive em regiões tropicais, o coqueiro pode ser apenas um símbolo de férias nos trópicos. Mas para quem mora ali, o coqueiro tem muito mais a oferecer. Os indonésios alegam que o coco tem “o mesmo número de usos que o ano tem de dias”. Nas Filipinas, diz-se que “aquele que planta um coqueiro planta vasilhames, roupa, comida, bebida, uma casa para si e uma herança para os filhos”.

Esse ditado não é um exagero. Segundo o livro Coconut—Tree of Life (Coqueiro — Árvore da Vida), o coqueiro “fornece não só comida, água e óleo comestível, mas também folhas para telhados de colmo, fibra para cordas e capachos, casca rígida que pode ser usada como utensílio e como objeto de decoração, além de açúcar e álcool extraídos da seiva doce da inflorescência”. O livro acrescenta: “Até a madeira, se cortada da maneira correta, pode ser útil.” De fato, os habitantes das Maldivas, arquipélago no oceano Índico, construíram barcos à base de produtos de coco, e diz-se que viajavam com esses barcos à Arábia e às Filipinas. Mas o coco, não seus produtores, revelou-se um verdadeiro marujo.

O maior cajueiro do mundo



DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NO BRASIL

O MAIOR do mundo? Segundo o Guinness, O Livro dos Recordes 1994, é bem provável que sim. Localizado no litoral do Rio Grande do Norte, o cajueiro ilustrado aqui é com certeza o maior do Brasil. De fato, essa árvore ocupa atualmente a área de um grande quarteirão — o que equivale a 70 cajueiros de tamanho médio!

O cajueiro é uma sempre-verde cujo tamanho varia de um arbusto pequeno a uma árvore de 20 metros de altura. As pequenas flores do cajueiro se contrastam vividamente com as folhas grandes e rijas. Sua semente, a deliciosa castanha-de-caju, parece ter sido cravada no caju, que tem formato de pêra. Estranho como pareça, o cajueiro tem parentesco com o sumagre venenoso, e por isso é preciso ter cuidado ao tocá-lo. A castanha tem duas cascas, e entre elas há um óleo que provoca bolhas na pele. Ainda bem que as propriedades venenosas da castanha são eliminadas ao ser torrada!

É estranho, mas a castanha, que tem formato de rim, parece crescer fora do fruto, como se o Criador tivesse esquecido a castanha e a tivesse colado depois. O caju é o pedúnculo da castanha. Por isso, há quem diga que a castanha é o verdadeiro fruto da árvore. Seja como for, da próxima vez que comer castanha-de-caju, imagine só: pode ser que esteja comendo o fruto do maior cajueiro do mundo!

“Cápsulas” naturais de vitamina C

A acerola, também conhecida no Peru como cereja da selva, é uma fruta agridoce de uns dois centímetros de diâmetro, mas tem 50 vezes mais vitamina C do que a laranja e 100 vezes mais do que o limão. A Universidade Nacional de San Martín, em Tarapoto, no Peru, realizou estudos sobre a fruta e descobriu que 100 gramas de polpa do limão mais ácido têm 44 miligramas de ácido ascórbico, ao passo que a mesma quantidade de acerola tem 4.600 miligramas. Em outras palavras, apenas quatro dessas “cápsulas” naturais, ou frutinhas, fornecem a demanda diária de vitamina C para um adulto. O jornal El Comercio relatou que há planos de se tentar cultivar e comercializar a acerola, “uma fruta altamente perecível”, como alternativa ao cultivo da coca.

A arte da composição das árvores

  Quando um agricultor concorda em participar do programa agroflorestal, Van Leeuwen lhes entrega uma proposta mais detalhada — um esquema da futura horta-pomar. Em vez de escolher e combinar aleatoriamente quaisquer árvores, utilizam-se simulações de computador de agroecossistemas para ajudar a determinar que espécies plantar e como arranjá-las. Fazer a composição, em grupos, de diversas árvores — pequenas, médias e grandes — requer toda uma arte.

  Por exemplo, o primeiro grupo é composto de goiabeira, guaraná e cupuaçu. São árvores de pequeno porte e não demoram a produzir frutos. O segundo grupo, de árvores de porte médio, como o biribá, o abacate e o tucumã, precisa de mais espaço. Nesse grupo, a produção de frutas em geral demora mais do que no primeiro. O terceiro grupo, de árvores de grande porte como a castanha-da-amazônia, o pequiá e o mogno, precisa de ainda mais espaço. Algumas árvores desse último grupo produzem frutas, outras, madeira valiosa e ainda outras as duas coisas. Quando os três grupos de árvores crescem juntos, a horta-pomar adquire o aspecto de uma floresta natural.

A rainha que desbancou a laranja e a acerola

  A laranja, que sempre foi símbolo da vitamina C, perde de longe para uma fruta que vem sendo aclamada como “a nova rainha da vitamina C”. Até mesmo a acerola, soberana entre as frutas ricas em vitamina C, teve de admitir a derrota. E quem é a nova rainha? Uma poderosa frutinha de cor púrpura, mais ou menos do tamanho da uva, e que cresce naturalmente nas várzeas da Amazônia. Seu nome? Camu-camu. Será que ela merece o título? Segundo uma revista brasileira, 100 gramas de laranja contêm 41 miligramas de vitamina C, ao passo que 100 gramas de acerola contêm 1.790 miligramas da mesma vitamina. Mas a mesma quantidade de camu-camu tem a espantosa quantia de 2.880 miligramas de vitamina C — 70 vezes mais do que a laranja!