sábado, 31 de julho de 2010

A Busca da Qualidade e Economia

Por ali, entre as árvores, pode ver o pomicultor. Está dirigindo seu trator, com grande pulverizadora, entre as fileiras de árvores. Precisa de bastante equipamento especializado, muito embora seu pomar só tenha uns 5 hectares. Isso é um tanto mais do que a média, embora haja grandes companhias detentoras de até uns 120 hectares ou mais.

Ao passo que talvez ache que essa seria a vida ideal, posso afirmar que o pomicultor se vê às voltas de muitos problemas. Aqui, no Vale Okanagan, da Colúmbia Britânica, há mais de 3.000 pomicultores, que cultivam uns 14.000 hectares, não incluindo aqueles cujo terreno é pequeno demais para se registrar como pomareiro comercial. Ademais, quase todos os outros têm algumas árvores no quintal dos fundos. Para a maioria dos fruticultores, é difícil viver bem disso. O custo do terreno, de maquinaria e da mão-de-obra aumenta rapidamente, ao passo que os preços das frutas que o produtor consegue são quase que os mesmos que há vinte anos atrás.

Além dos preços baixos, outro problema sobre o qual o produtor não tem controle é o tempo. Para enfrentá-lo, tem de usar boa direção e bom senso. Seus pomares precisam ser bastante produtivos nas boas épocas para “atravessar” as tempestades, tanto financeiras como físicas.

Este pomicultor que agora observamos no trabalho, em especial tornou-se bem eficiente por empenhar-se pela melhor qualidade, junto com maior produção. Reduz os custos por empregar maquinaria especializada. Agora, ao invés de pagar mão-de-obra na época, precisa de ajuda extra apenas brevemente, na colheita. O resto pode ser cuidado por ele mesmo e sua família.

Além disso, verificou que, por replantar uma variedade de arbustos, pode obter até umas 25 a 50 toneladas por hectare. Estas novas variedades permitem a redução drástica do intervalo entre as árvores. Alguns até mesmo plantaram árvores anãs em fileiras que parecem como cercas vivas com cerca de 3,30 metros uma da outra. Um dos problemas encontrados quando as árvores ficam muito pequenas, contudo, é que a geada de fins da primavera pode matar os brotos de frutas, que, em virtude da árvore menor, estão muito mais perto do solo.

Talvez tenha imaginado, como eu fiz certa vez, que uma árvore maior tivesse muito mais maçãs. Mas, o pomicultor diz que não é assim. Adicionalmente, a melhor fruta está por fora da árvore, onde o sol a banha. A árvore menor tem menos área interior desperdiçada. Ademais, é muito mais fácil colher seus frutos. Em certos casos, não se precisa de escada alguma.

Junto com as árvores menores, os fruticultores se voltam para novas variedades que produzem cor mais rica. Estas têm maiores preços. Os fruticultores sabem que a dona de casa aprecia fornecer à família frutas que tenham boa aparência, bem como bom sabor. Assim, desenvolveram-se variedades que reluzem razoavelmente com a profundidade de cores. Mais de cinqüenta variedades da Vermelha Deliciosa, por exemplo, se acham disponíveis. Outrossim, é muito pouco em comparação com cerca de dez mil diferentes variedades de maçãs que são cultivadas através do mundo.

Viver no meio de pomares

Do correspondente de “Despertai!” no Canadá

DEIXE-ME agir como seu anfitrião da região dos pomares que dá para o Lago Okanagan, na parte sul da Colúmbia Britânica, a província mais ocidental do Canadá. Tem-se dito que é uma das áreas mais deleitosas do Canadá, situada a cerca de uns 450 quilômetros rodoviários a leste da metrópole de Vancouver.

Aqui os invernos são usualmente brandos e os verões são tépidos e ensolarados. A primavera oferece um panorama de árvores frutíferas em flor, ao passo que o outono vê a colheita das frutas das árvores e das videiras. Tudo isto tendo-se ao alcance da vista uma série de lagos que se aninham como plácidos rios de quilômetro e meio de largura entre as montanhas. Tais lagos, dos quais o mais extenso é o Okanagan, de uns 130 quilômetros, são a seiva vital da área. Sem irrigação, a precipitação pluviométrica média, de uns 300 milímetros por ano, só seria suficiente para o cultivo de artemísias e de árvores finas. Mas, com a irrigação, cultivam-se muitos tipos de frutas. A estação livre de geadas é curta demais para os cítricos, mas bastante longa para cerejas, ameixas, pêssegos, pêras, damascos e uvas. E é ideal para maçãs.

Os pomicultores me explicaram por que esta é uma das melhores regiões de maçãs do mundo. Os verões secos, afirmam, reduzem as pragas, ao passo que a elevada média usual de horas de luz solar durante a época do crescimento realça a produção de amidos e açúcares. Importante, também, é o período de noites mais frescas, anterior à colheita. Com temperaturas que amiúde se aproximam do ponto de congelamento, as maçãs ganham deliciosa crespidão e profundidade de cor. Com efeito, a maçã da C. B. tornou-se bem conhecida em muitas partes do mundo como notável produto.

Devo acautelá-lo a não ficar com receio se nosso passeio for subitamente interrompido por alto estrondo. Trata-se simplesmente de um dos últimos artifícios usados para aumentar a produção de cerejas. Como a cereja é a primeira fruta a amadurecer na primavera, muitas aves ficam ansiosas de acrescentar esta sobremesa a seu prato básico de larvas e minhocas. Assim, como pode ver, não são apenas os humanos que estão ansiosos que as cerejas amadureçam. Como resultado, alguns pomicultores se voltaram para aparelhos automáticos de fazer barulho, que disparam em intervalos regulares para afastar as aves. São realmente inofensivos. Mas, se certo número de pomareiros os empregarem numa área, às vezes podem soar como se fosse uma revolução em pequena escala.