segunda-feira, 26 de abril de 2010

Frutinhas de um pântano

Quando os europeus chegaram pela primeira vez na costa nordeste da América do Norte, uma mercadoria que os habitantes nativos ofereceram foi uma frutinha vermelha com um sabor azedo refrescante. Os índios pequot, que viviam na região atualmente conhecida como Cape Cod, chamavam a fruta de i-bimi, ou “fruta amarga”. Os colonizadores ingleses a chamaram de craneberry (frutinha do grou), talvez porque a haste e a flor da planta se pareçam com o pescoço e a cabeça de um grou. Além disso, a frutinha era um dos alimentos favoritos dos bandos de grous locais, o que também pode ter sido o motivo para o nome. De qualquer modo, o nome logo foi reduzido para cranberry.
Os índios colhiam cranberries de turfeiras baixas. A vegetação decadente e úmida nesses pântanos fez o solo ficar surpreendentemente acidífero, o que não favorece o crescimento da maioria das plantas. Mas os cranberries vicejam nesse tipo de solo. Essas plantas rasteiras, parecidas com morangueiros, floresciam desde a atual Virgínia, no sul, até o norte, no Canadá.
Em 1680, Mahlon Stacy, um colono de Nova Jersey, descreveu as frutinhas a seu irmão que morava na Inglaterra. Ele escreveu: “Os cranberries, que mais parecem cerejas na cor e no tamanho, podem ser armazenados até que a próxima safra amadureça. Podem ser usados para fazer um molho excelente, para acompanhar carne de veado, peru e outras aves grandes, e são melhores do que groselha ou cereja para fazer pequenas tortas. Os índios as trazem às nossas casas em abundância.”

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